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A Microsoft reformulando o Windows para Kernel Linux?

Mas afinal, a Microsoft está mesmo reformulando o Windows para o Kernel Linux? Temos sinais que que não, e tudo que está rolando em alguns fóruns é puro clickbait. A questão não é realmente essa. É mais se será priorizado o Hyper-V ou KVM na iniciliazação e os sistemas se adaptarão para funcionarem bem um com o outro.

Está rolando já tem um tempo diversos rumores de que a Microsoft estaria reformulando seu sistema para utilizar o kernel Linux no futuro. Mas Hayden Barnes, que é gerente de engenharia de software e que no momento está trabalhando diretamente com a Canonical e Ubuntu no WSL. Além de estar bem ativo na comunidade linux e Windows agora. Afirma que não está havendo esse tipo de reformulação. E muita coisa que está rolando em fóruns como Hacker News e Slashbot são por motivos banais, primeiro por ser um baita de um clickbait, outra, por ser um sonho de muitos defensores do código aberto. Além disso o Windows vem mudando ultimamente, buscando cada vez mais se integrar com os demais sistemas como Android, iOS, Chrome OS e claro, o Linux. Bem como o suporte ao Linux no Azure e WLS.

De acordo com Barnes, não há razões fortes para que faça a Microsoft alterar seu Kernel, pelo menos até os tempos de hoje.

Windows e Linux existem em uma dualidade cósmica. Duas forças opostas que se complementam, não podemos ter um sem ter o outro. Misturar os dois é como conjurar uma mágica. -Hayden Barnes.

Barnes cita as razões pela qual o Windows não mudará para um Kernel Linux:

  • O kernel do Window NT oferece uma compatibilidade com as versões anteriores do sistema, suporte a longo prazo e disponibilidade de drivers que no Linux só começamos a ver aumentar por agora. O custo de investimento para replicar tal situação no Linux seria exorbitante.
  • A Microsoft continua tendo muitos clientes que pagam para ter exatamente esse suporte por mais tempo podendo deixar o Windows da forma que utilizam.
  • Também, o Windows não está causando prejuízo à empresa para justificar uma reformulação, de acordo argumento de Raymond.
  • Muitas das empresas existem apenas com foco em atender os sistemas operacionais existentes. Mesmo que se tratasse de uma reformulação para Linux, tudo acabaria se tornando uma coisa só. A competição com Windows e o macOS torna o Linux um sistema melhor (visto que o macOS é baseado em kernel UNIX). O maior desejo de todos é que o código aberto continue se difundindo em todos os sistemas operacionais. Assim, os colaboradores de código aberto do Windows e Linux compartilham constantemente o melhor dos ecosistemas.
  • Não é claro se o usuário do Windows poderia ir para um sistema com kernel Linux e manter a compatibilidade que conhecemos hoje no Windows. Principalmente os clientes corporativos, com aplicações críticas que pagam para mantê-las. Além disso, o Windows não tem seu espaço explicitamente separado entre o Kernel e Usuário, como é o Linux.
  • O kernel NT tem cerca de 400 syscalls documentadas e cerca de 1700 chamadas de API Win32. É coisa demais pra re-implementar e garantir a compatibilidade. Isso vai muito além de contribuir com algumas correções no Wine. Veja que no Linux são apenas 313 syscalls em amd64 e já dá trabalho. Uma coisa é fornecer uma camada de compatibilidade, outra é garantir funcionalidade em milhões de aplicações.
  • A Microsoft chegou a dobrar o tamanho do Windows com o passar dos anos. A empresa investiu em usabilidade, melhorias de desempenho e novos recursos no Windows 10 que tem trazido um bom resultado. Assim, a Microsoft vem melhorando seu sistema para se tornar uma boa plataforma de desenvolvimento, com projetos como PowerToys, Windows Terminal, Visual Studio e WSL (Windows Subsystem for Linux).
  • O Windows embarca o Xbox e está crescendo muito com os jogos para PC baseados no Windows. Além também dos planos da Microsoft para seu pŕoximo conceito de sistema operacional até o momento conhecido como Windows 10X.
  • A Microsoft não precisa reformular o Windows para o kernel Linux para permanecer forte no mercado. A empresa está ciente das mudanças e a forma de uso dos dispositivos (principalmente por ter sentido o gosto amargo pelo Windows para smartphones não ter alavancado). Eles reconhecem que um conjunto diversificado de sistemas operacionais e plataformas compõem os dispositivos que usamos. Android, Ubuntu, iOS, macOS, Alexa, Chrome OS… A Microsoft se adapta disponibilizando produtos e serviços para essas plataformas. No Android por exemplo, port de aplicações como o Office, a Home da Microsoft e agora o Surface Duo. No Ubuntu eles disponibilizam ferramentas para estações de trabalho Linux como o Code, .Net, Microsoft Teams, Skype, PowerShell, ferramentas do Azure e ferramentas para desenvolvimento web.

Conclusão

Aliás, a pergunta mais interessante é, até onde a Microsoft irá com o código aberto. O objetivo lógico é que muitos componentes/ferramentas continuarão se tornando de código aberto. Para que, além de muitos poderem colaborar, também beneficiar outros sistemas operacionais. Como já aconteceu com ferramentas como o Windows Terminal e PowerToys.

Por fim, realmente parece que a guerra entre sistemas operacionais está acabando. E vamos entrar em um novo período, onde as estações de trabalho executarão vários sistemas operacionais simultaneamente e comunicando entre si. Mas nada de Microsoft reformulando seu kernel Windows para Linux.

A conclusão é que, o código aberto está aí com força total. Nem Windows nem Linux, a questão é que ambos se beneficiarão e se tornarão melhores com o código aberto. Cada um com suas características e seus pontos fortes e fracos.

 

Fonte: boxofcables